quinta-feira, 26 de abril de 2012


Soja e Isoflavonas
Perspectivas Dietoterápicas
Por Dietista Rose Sousa

A soja, leguminosa cultivada há séculos por povos asiáticos, notadamente os chineses, surge como importante nutriente em meados do primeiro milénio DC.
Somente no século XVIII pesquisadores europeus iniciam estudos do feijão de soja, como fonte de óleo e nutriente animal.
Nos relatos históricos observamos a utilização do feijão da soja como lastro em navios americanos de volta aos Estados Unidos.
Gradativamente, grupos religiosos, adventistas e outros segmentos protestantes, baseados em análises do valor biológico da proteína de soja, disseminam a utilização dessa leguminosa no cardápio diário de importante parcela da população.
Actualmente o Japão consome quase que a metade da produção mundial de soja. O cultivo da soja representa importante actividade económica nos Estados Unidos, cinquenta por cento da produção mundial, dos quinze por cento são exportados para o Japão. No Brasil encontramos cerca de trinta por cento da produção mundial, seguido pela Argentina com dez por cento e demais países da América do Sul e África.
Sua evolução constitui registro inicial a utilização do preparado doméstico do “queijo de soja” e do “molho de soja”, mundialmente conhecidos como “tofu e shoyo”
Actualmente, o feijão de soja, manipulado e processado em escala industrial, pode ser integralmente utilizado em nutrição como bebida de soja, fortificante proteico, óleo de soja, farinha de soja desengordurada ou não - esta possui grande participação proteica na indústria alimentícia, notadamente na panificação e no preparo de alimentos liofilizados. 
A proteína isolada de soja pode ser extraída do grão de soja por processos químicos ou mecânicos. Envolve o uso de temperatura, maceração e utilização de água ou álcool.
Na literatura encontram-se inúmeros trabalhos analisando as características químicas do isolado proteico de soja relacionando-as à forma de extracção proteica. Existe
evidências clínicas que a extracção aquosa preserva as isoflavonas.

Mas afinal o que são Isoflavonas?

O termo isoflavonas é uma palavra que nos leva a pensar será animal ou vegetal?
É um medicamento? É de comer? Faz bem para à saúde?
Perante tantas perguntas, procuremos algumas respostas.

Em primeiro lugar, começamos por dizer que as isoflavonas são substâncias vegetais. Normalmente são designadas por fitoestrógenos. Fito é um elemento grego de composição de palavras que exprime a ideia de planta ou vegetal. Estrogênio é o hormônio sexual feminino. Se somarmos os dois termos, e respectivos significados, o resultado será algo parecido com “hormônio sexual feminino de origem vegetal”.
As isoflavonas são substâncias vegetais que, apesar da sua origem conseguem desempenhar no corpo humano uma actividade semelhante à do estrogênio. Por esse motivo, são utilizadas cada vez mais para regular o equilíbrio hormonal da mulher. Neste contexto, a menopausa é talvez o melhor exemplo e o campo de aplicação das isoflavonas mais frequente.
As isoflavonas podem encontrar-se em diversos alimentos, no entanto a “fonte” mais ricas de isoflavonas é a soja. Existem outras plantas não comestíveis (por exemplo, o trevo vermelho) que são utilizadas na extracção de isoflavonas para posterior incorporação em suplementos alimentares.
A soja contém diversos tipos de isoflavonas, sendo as mais importantes e benéficas para a saúde a genisteína, gliciteína e a daidzeína que possuem efeito estrogênico.
Os efeitos relacionados a essa característica hormónio-like seria observado na maior captação hepática do LDL – colesterol, incremento na elasticidade arterial e melhora do tonus vasomotor arterial.
A actuação da soja na prevenção das neoplasias reside, segundo inúmeras publicações científicas, na actuação das isoflavonas. Nos fitoestrogenos dos vegetais estaria a  relação protectora à patologias neoplásicas, a actuação no ciclo menstrual, celularidade uterina e vaginal explica a baixa prevalência de  câncer ginecológico em populações em consumo aumentado de soja.
A prevalência da osteoporose torna-se, nos dias de hoje, importante actuação em acções de saúde. Dentre as proteínas consumidas na alimentação humana, residiria na proteína de soja um dos menores efeitos relacionados à excreção urinária de cálcio. Paralela a esse protector à osteoporose, existe ainda à acção das isoflavonas da soja na inibição da reabsorção óssea.

De forma mais ou menos sumária, poderemos então dizer que os benefícios para a saúde decorrentes do consumo de isoflavonas de soja são:
  • Alívio dos sintomas associados à menopausa;
  • Redução do risco de doenças cardiovasculares;
  • Protecção contra os problemas da próstata;
  • Estrutura óssea;
  • Acção anti-tumoral e anti-cancarígena.

…Existe ainda um longo caminho a percorrer até que a ciência esclareça tudo acerca das isoflavonas, no entanto com tantos benefícios já comprovados, vale a pena enriquecer a nossa dieta com isoflavonas!

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